quinta-feira, 8 de julho de 2010

Aceita um cafezinho?


O consumo da cafeína, atualmente, é feito por milhões de pessoas no mundo. Em muitos países a ingestão dessa substância faz parte de variadas práticas culturais, chegando a ser até de grande importância para sua economia.
A fórmula molecular da cafeína é C8H10N4O2 e ela faz parte do grupo das metil-xantinas. Essa substância é encontrada em muitos alimentos como o chá, cacau, guaraná e café.
Um dos efeitos mais conhecidos da cafeína é a sua capacidade estimulante do Sistema Nervoso Central (SNC). Após passar pela corrente sanguínea essa substância chega até o córtex cerebral, onde exerce os seus efeitos, como, por exemplo, redução da fadiga, melhoria da concentração e do desempenho de atividades motoras.
O efeito psicoativo da cafeína deve-se às suas propriedades estimulantes, que estão presentes na sua capacidade de diminuir a transmissão de adenosina no cérebro, pois a cafeína bloqueia seus receptores. A adenosina é um neurotransmissor natural, atuante nas células nervosas, responsável pela diminuição da atividade neural, dilatação dos vasos sanguíneos, redução da frequência cardíaca, da pressão sanguínea e da temperatura corporal. Isso tudo gera a sensação de cansaço.
A cafeína age diminuindo a recaptação de dopamina, que é um neurotransmissor relacionado com a sensação de prazer, pelo SNC. Com isso, pode-se dizer que a cafeína age de forma semelhante a algumas drogas, como anfetaminas, cocaína e heroína, mas, obviamente, tem efeito muito menor.
Outro modo de ação dessa metil-xantina é o aumento da concentração de AMPc, pois a cafeína bloqueia a enzima fosfodiesterase que é responsável pelo metabolismo intracelular do AMPc. Com isso os efeitos da adrenalina persistem por mais tempo, pois o AMPc produz efeitos que mimetizam os dos mediadores que estimulam a adenilciclase. Assim, com o aumento da atividade neural, a glândula pituitária age como se o organismo estivesse em uma situação anômala, o que desencadeia a liberação de grandes quantidades de hormônios que levam a liberação de adrenalina pelas supra-renais, promovendo assim uma maior produção de energia.
Vale ressaltar alguns pontos importantes a respeito da cafeína:

Sistema Cardiovascular
-A cafeína promove a constricção dos vasos cerebrais, por isso que se justifica o emprego dessa substância no tratamento de crises de enxaqueca, onde a vasodilatação existente é responsável pelo quadro.

Sistema Respiratório
-Os neurônios do centro respiratório do cérebro podem sofrer estímulos produzidos pela cafeína, proporcionando um aumento discreto na frequência e na intensidade da respiração, juntamente com um satisfatório efeito broncodilatador. Essas propriedades sugerem benefícios no consumo regular de cafeína por pacientes asmáticos.

Sistema Genitourinário
-As cólicas menstruais (dismenorréia) são provocadas pela retenção de líquidos e podem ser aliviadas pelo uso da cafeína, que tem uma certa propriedade diurética, pois ela é capaz de produzir um moderado aumento do volume de urina e de excreção urinária de sódio, diminuindo a reabsorção de sódio e de água nos túbulos renais.

Mal de Parkinson
-A Doença de Parkinson causa tremores musculares e fraqueza, afeta cerca de uma pessoa em cada 200, em todo o mundo, mais comumente idosos.
Alguns estudos atuais (estudo de Ross [2000], Ascherio e colaboradores [2001], Chen e colaboradores [2001]) têm sugerido o uso de cafeína no tratamento da doença de Parkinson, pois segundo os dados obtidos nas pesquisas realizadas, pessoas que faziam uso dessa substância tinham uma probabilidade cinco vezes menor de desenvolver a patologia do que pessoas que não ingeriam alimentos contendo cafeína.

Enfim, é importante frisar que o consumo de cafeína deve ser equilibrado. Quando a quantidade dessa substância é ingerida de forma exagerada pode gerar dependência. Além disso, reduzir a sua ingestão é muito benéfico quando se está submetido a estresses profundos e constantes, pois como ela é estimulante, o nível de estresse se eleva ainda mais e isso pode desencadear uma série de graves doenças.

Um pequeno video ilustrativo:


Referências:
-http://www.howstuffworks.com/

-Lehninger -Principios de Bioquímica /Editora Sarvier
-Pesquisa desenvolvida pelo Prof. Doutor Fernando Remião do Laboratório de Toxicologia da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto.


Souza,L. T.

2 comentários:

Unknown disse...

Oi pessoal blogueiro,

tenho material para voces. Me escrevam:

hermeslima_unb@yahoo.com.br

abraços!!
Prof MHL

Grupo de Hipertensão disse...

Aceito sim, por favor.