Cama, comida e ... metabolismo ?!

Durante uma longa noite de sono e um jejum prolongado o organismo precisa, invariavelmente, de uma fonte de energia, levando em conta que não é possível o consumo natural de nutrientes durante o estado de repouso, a evolução selecionou organismos que conseguissem se adaptar à essa longa falta de ingestão calórica ;devemos começar o estudo dessa adaptação metabólica por uma importante ocasião : o período pós-absortivo, dado como o momento após a degradação e absorção do ‘ultimo nutriente’ ingerido antes do repouso até a passagem da fonte de energia para um mecanismo endógeno de fornecimento calórico , o período pós-absortivo marca o inicio de uma série de mudanças bioquímicas e fisiológicas nos mecanismos do metabolismo energético.
Ainda que em uma dieta com prevalência de carboidratos como fonte energética ,a principal alternativa energética é a oxidação (β-oxidação) de ácidos graxos,provindos dos adipócitos. Shills apresenta que o fornecimento de energia via β-oxidação representa cerca de 2/3 da energia utilizada para a manutenção do estado basal do metabolismo, no período pós-absortivo. Não menos importante que a oxidação de lipídeos, a degradação de glicogênio ocorre após a gradual queda nos níveis de insulina, devido a falta de estimulo para produção dela, e com a conseqüente produção e liberação de glucagon, que ocorre exclusivamente durante a baixa insulinêmica. Com o auxilio do glucagon como sinalizador hormonal da via glicogenólica, a glicemia é mantida constante e a sensação de fome aparece (Stryer, 2004). Além da quebra do glicogênio hepático, o glucagon estimula a gliconeogênese hepática, esta fornecerá 50% da energia derivada de glicídios, a outra metade é procedida da glicogenólise anteriormente citada (1,2). Prolongando-se ainda mais esse jejum, a quantidade plasmática de insulina diminuirá cada vez mais, forçando a mobilização de ácidos graxos (livres) e glicerol (tecido adiposo) além de catabolismo muscular, uma vez que a oxidação de ácidos graxos começa a ser oxidada, ela pode tomar diferentes rumos, como a completa oxidação no ciclo de Krebs, resultando em gás carbônico e água ou, em maior parte, em corpos cetônicos como o acido acetoacético, o ácido beta-hidroxidobutírico e a dimetilcetona(acetona),à isto é devido o fato de acordarmos (eu não!) com mal hálito...

Fontes:
1-Felig P. Starvation. Cahill GF Jr,Odell WD,Nova York.
2- Rothman DL,Magnusson I,Katz LD,Revista Science .

Heibel, A. B.